Dólar cai e fecha a R$ 5,40 após decisões de juros no Brasil e nos EUA; Ibovespa sobe

Dólar cai e fecha a R$ 5,40 após decisões de juros no Brasil e nos EUA; Ibovespa sobe




Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em queda de 1,17% nesta quinta-feira (11), cotado a R$ 5,4044. Por volta das 17h, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 0,26%, aos 159.488 pontos.
Após as decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado local ganhou fôlego. A postura menos rígida do Federal Reserve (Fed) e a expectativa de corte da Selic em 2026 reduziram a tensão recente, impulsionando o real e a bolsa durante o dia.
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▶️ No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, sem indicar quando começará o ciclo de cortes. Apesar do tom conservador do comunicado, economistas seguem projetando redução da taxa no próximo ano.
▶️ Nos EUA, o Fed reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,5% a 3,75%, e também evitou indicar próximos passos. Powell falou em “pausa”, sem descartar novo corte em janeiro.
▶️ Diante disso, o dólar caiu com a percepção de que o Brasil segue oferecendo juros elevados, atraindo investidores estrangeiros em busca de maior retorno.
▶️ A bolsa acompanhou o movimento: com mais recursos entrando no país e migrando de outros mercados, especialmente dos EUA, o índice voltou a subir.
▶️ No campo político, a corrida eleitoral de 2026 segue em evidência. A aprovação na Câmara da redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro reacende especulações sobre impacto nas eleições e afeta as projeções do mercado em relação às contas públicas. Proposta será avaliada pelo Senado.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,52%;
Acumulado do mês: +1,30%;
Acumulado do ano: -12,55%.
📈Ibovespa

C

Acumulado da semana: +1,08%;
Acumulado do mês: 0,00%;
Acumulado do ano: +32,25%.
Decisões de juros
Na última Superquarta do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 15% ao ano pela quarta vez seguida, mantendo o juro no maior nível em 20 anos.
No comunicado, o BC afirmou que a taxa deve ficar alta por um “período prolongado” devido às incertezas, inflação ainda pressionada e atividade resiliente — sem qualquer sinal de cortes.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, ficou em 0,18% em novembro, o menor para o mês em sete anos. A inflação acumula 3,92% no ano e 4,46% em 12 meses.
▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.
No mesmo dia, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.
Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano.
Além da decisão, o Fed divulgou suas projeções para 2026, apontando apenas um corte nas taxas. A informação frustrou agentes do mercado financeiro, que esperavam sinalização de pelo menos duas reduções ao longo do próximo ano.
Como previsto por analistas, a votação não foi unânime. Dos 12 membros votantes do Fomc, nove votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.
O diretor Stephen Miran, nomeado por Trump em setembro, defendeu um corte maior, de 0,50 ponto percentual. Já outros dois integrantes do colegiado preferiram manter os juros.
Agenda econômica
Vendas no varejo do Brasil
As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5% em outubro na comparação com setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrariou a expectativa da pesquisa da Reuters, que apontava para uma queda de 0,1%.
Esse foi o maior avanço do setor em sete meses — desde março, quando as vendas tinham subido 0,7%. Na comparação com outubro do ano passado, o varejo também registrou alta de 1,1%, enquanto analistas projetavam recuo de 0,2%.
O setor tem enfrentado um ambiente de crédito mais restrito em razão da taxa Selic — a taxa básica de juros do país, definida pelo Banco Central — que permanece elevada.
Na véspera, o BC decidiu manter a Selic em 15% ao ano e não indicou quando pode iniciar um ciclo de cortes, reforçando que o nível atual deve ser mantido por um período prolongado para levar a inflação à meta.
Esse cenário de juros altos limita o consumo e, ao longo do ano, o varejo tem apresentado resultados próximos de zero. Apesar disso, o mercado de trabalho aquecido e a renda mais alta ajudam a sustentar parte das vendas.
Entre os oito grupos pesquisados pelo IBGE, sete registraram crescimento em outubro:
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +3,2%
Combustíveis e lubrificantes: +1,4%
Móveis e eletrodomésticos: +1,0%
Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,6%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,4%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +0,3%
Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: +0,1%
O único setor com queda foi Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 0,3%.
Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA — indicador que mostra quantas pessoas solicitaram o benefício pela primeira vez — aumentou em 44 mil na semana encerrada em 6 de dezembro, totalizando 236 mil solicitações.
O número da semana anterior, encerrada em 29 de novembro, foi revisado levemente para cima: de 191 mil para 192 mil.
O resultado ficou acima da projeção da consultoria FactSet, que estimava 213 mil pedidos.
Já os chamados pedidos continuados — que mostram quantas pessoas seguem recebendo o benefício — diminuíram em 99 mil na semana passada, chegando a 1,838 milhão. O número veio abaixo da estimativa de 1,932 milhão. Esse dado é sempre divulgado com uma semana de atraso.
Déficit comercial dos EUA
O déficit comercial dos EUA — diferença entre o que o país exporta e importa — recuou 10,9% em setembro em relação a agosto, somando US$ 52,8 bilhões, segundo o Departamento do Comércio. Analistas consultados pela FactSet esperavam um déficit maior, de US$ 66,6 bilhões no mês.
O dado de agosto também passou por revisão: o déficit foi ajustado de US$ 59,6 bilhões para US$ 59,3 bilhões.
As exportações dos EUA aumentaram 3% em setembro, alcançando US$ 289,3 bilhões, acima da estimativa de US$ 281,5 bilhões. As importações, por sua vez, avançaram 0,6%, totalizando US$ 342,1 bilhões. Analistas projetavam US$ 344,7 bilhões.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais operam em queda nesta quinta-feira (11). Parte dos investidores ficou cautelosa após a Oracle indicar que deve ampliar seus gastos com tecnologia de inteligência artificial (IA), movimento que gerou preocupações sobre custos e rentabilidade.
Esse fator acabou limitando o otimismo que vinha do Federal Reserve, que sinalizou uma postura menos “hawkish” — ou seja, menos inclinada a elevar os juros — na condução da política monetária.
Por volta das 13h30, o Dow Jones caía 0,26%; o S&P 500 recuava 0,29% e o do Nasdaq tinha queda de 0,36%.
As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta quinta-feira, refletindo o otimismo após o corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos e os comentários sobre a condução futura da política monetária.
No fechamento, o índice STOXX 600 subiu 0,52%, aos 581,17 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve alta de 0,49%, aos 9.703,16 pontos, e o DAX, de Frankfurt, avançou 0,68%, aos 24.294,61 pontos. O CAC 40, de Paris, teve ganho de 0,79%, aos 8.085,76 pontos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda nesta quinta-feira após a decisão de juros nos EUA. No cenário doméstico, a atenção do mercado se voltou para a Conferência Central de Trabalho Econômico da China, que define a agenda econômica do país para 2026.
Analistas esperam que a maior economia do mundo mantenha uma meta de crescimento de cerca de 5% para o ano que vem.
No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,7%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,86%. Ambos os índices registraram seu terceiro dia consecutivo de perdas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve perda de 0,04%.
No Japão, o Nikkei perdeu 0,90%, a 50.148 pontos. Em outros mercados, o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,59%, para 4.110 pontos; o Taiex, em Taiwan, recuou 1,32%, a 28.024 pontos; e o Straits Times, em Cingapura, destoou com alta de 0,28%, a 4.524 pontos
Dólar
freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters



G1 carai

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