Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida

Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida




Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (10) manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
A decisão, que foi unânime, representa a quarta manutenção consecutiva do índice.
No comunicado, o comitê avalia que a manutenção da Selic em 15% “por período bastante prolongado” é adequada para que a inflação convirja à meta. Isso porque, segundo o colegiado, o cenário segue marcado por “elevadas incertezas”, que exigem “cautela” na condução da política monetária.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, justifica o Copom no comunicado divulgado nesta noite.
Ao indicar que a política monetária seguirá em patamar contracionista “por período prolongado”, o Copom mantém o tom duro e não indica possíveis cortes na taxa de juros.

Expectativa de corte só em março
️Nesta semana, a maioria dos economistas do mercado financeiro também deixou de acreditar que o início do processo de corte da taxa básica de juros da terá início em janeiro deste ano.
Isso mostra que o mercado está dividido, com a maioria das instituições financeiras consultadas, neste momento, ainda apostando que o início do ciclo de redução do juro começará em março, quando a taxa seria reduzida para 14,5% ao ano.
Ainda no comunicado, o Copom afirma que “seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Sobre a imposição de tarifas comerciais por partes dos Estados Unidos, o Copom afirmou que segue acompanhando a situação, assim como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, “reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”.
Composição do Copom.
Raphael Ribeiro/Banco Central
Como o Banco Central atua?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,40%, 4,16%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços.
➡️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em 11 de novembro, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo.
➡️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
“A atividade econômica doméstica manteve trajetória de moderação no crescimento, reforçando a interpretação do cenário delineado pelo Comitê estar, até agora, se concretizando. Os dados mais recentes corroboram, em geral, o prosseguimento de uma redução gradual de crescimento, ainda que, em momentos de inflexão no ciclo econômico, seja natural observar sinais mistos advindos de indicadores econômicos ou alguma diferença entre as expectativas e as divulgações”, informou o Banco Central



G1 carai

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